Sempre que, por algum motivo, alguém está retornando
gradativamente à uma atividade e/ou posição que ocupava anteriormente, lembro
de uma história clássica que permeia o mito da “imparcialidade da imprensa”...
Na Era Napoleônica, o jornal Le Moniteur noticiou a fuga de Bonaparte da Ilha
de Elba, onde havia sido preso, e seu retorno à França até ser derrotado,
definitivamente, por uma aliança liderada pela Inglaterra. As primeiras
manchetes do Le Moniteur noticiam de forma sensacionalista a sua fuga de Elba:
1 – “O monstro fugiu do local do exílio”
2 – “O ogro desembarca em Cabo Juan”
3 – “O tigre está em Gap”
4 – “O usurpador está a 60 horas da Capital”
2 – “O ogro desembarca em Cabo Juan”
3 – “O tigre está em Gap”
4 – “O usurpador está a 60 horas da Capital”
As seguintes, mais neutras e imparciais, pontuam os fatos:
5 – “Bonaparte adianta-se em marcha acelerada mas é impossível que alcance Paris”
6 – “Napoleão chega amanhã às portas de Paris”
Já em solo francês, o tom mais festivo das manchetes muda de polo:
7 – "O Imperador Napoleão Bonaparte está em Fontainebleau!"
8 – “Sua Majestade, o Imperador, entra solenemente em Paris!”
Bem, ciente de que eu não sou Napoleão, nem algum tipo de
imperador do Atletismo, apenas divirto-me com os comentários daqueles que não
são capazes de acreditar... Se hoje o “Você só pode ser louco! Vai se machucar de novo,
hein?!” remetem ao “O ogro desembarcou em Cabo Juan”,
amanhã o bom desempenho seguido do “Parabéns, sempre acreditei no seu
potencial!” estará para o “Sua Majestade, o Imperador, pisa em solo pariense”.
Siga seu coração... Os cães ladram, a caravana passa.
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