quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Perseverar.


Quantas vezes já me peguei pensando nos dias passados, momentos de glória, uma época que tudo parecia encaixado e a vida seguia funcionando feito máquina alemã com manutenção japonesa! Um sentimento saudosista que invade o peito e traz consigo a saudade de feitos, acontecimentos e vivências que jamais voltarão a ser experimentadas... Aquela memória boa, uma lembrança feliz da infância, tempo que ainda cabia deitado no sofá de dois lugares... O cheiro da bolacha recheada sabor morango... A algazarra do pátio do colégio na hora do recreio!

Entretanto, percebi que contemplar o passado é como admirar uma pintura emoldurada: nada além de item decoração. Eu ficava ali olhando, relembrando, revivendo aquilo tudo, com aquela sensação de satisfação marota. Nas doses corretas, esse sentimento poderia ser perfeitamente saudável e, até mesmo, servir como inspiração para as novas batalhas que estariam por vir. O problema começa justamente no surgimento dos primeiros percalços. Um após o outro, pequenos infortúnios vão minando a capacidade de automotivação. E é justamente nessa hora que as pequenas doses daquelas visões saudosistas começam a aumentar e de bálsamo-tranquilo, convertem-se em veneno mortal. É aí que aquele belo quadro transforma o então observador ativo no personagem reumático da pintura: eu estava, literalmente, amaldiçoado pelo passado. Rodou, Dorian Gray...

E então lá estava eu, estático, congelado como o indiano das botas verdes, aquele que se impirulitou lá no alto do Everest. Mumificado como Tutankamon, embalado em sono eterno, em transe, num torpor cadavérico, curtindo a única coisa ao meu alcance: formol... Não não... os feitos do passado. Invariavelmente, vem a pergunta: “E agora, José?”

Calma, jovem...
Não, sério... Calma. Mesmo...

Sacou? Tempo... Dizem que, além do pacote Office, só Jesus salva, mas eu acredito mesmo que sem o devido amadurecimento, não há salvação. Sabe aquele mês que tudo deu errado, que a vida parece que foi esquecida no bolso da calça jeans jogada na máquina de lavar e que, depois ainda foi batida, esticada, posta pra secar e passada a ferro? Como profetizou Balboa, não é sobre a força que você bate, mas sobre continuar seguindo em frente a despeito das pancadas que se leva.

E o verdadeiro desafio do amadurecimento, seja mental, emocional ou espiritual, vem justamente quando se está na lona. É preciso coragem para reagir. É preciso muita coragem para recomeçar, por que o medo parece intransponível. E o medo é o assassino dos sonhos, o aniquilador da esperança. Não há dúvidas que somos seres emotivos, mas há que disciplinar tais emoções!

Perseverar é a palavra de ordem. Nunca desista, nunca se entregue. Sempre haverá uma saída!

A lição que fica? A de manter o sorriso aberto ao atravessar pela dor. O Sucesso é conquistado, não dado. “Always smile through the pain. Success is earned, not given.” Eliud Kipchoge – Maratonista (2h03min05seg em Londres, 2016) e favorito para a Maratona Olímpica que ocorrerá no domingo (21.08), às 08h30 da manhã.


Marcos Marçal.


sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Crie porcos, mas não crie expectativas.

Julho, foi o mês que separou o joio do trigo, manja? Foi punk. Foi tanta coisa que quando me dei conta que ele acabaria em uma meia maratona nada mais me surpreenderia.

Para começar os trabalhos, teve uma contratura no posterior direito. Duas semanas de gancho nos treinos de tiro e só rodando. Já tinha imaginado que a conta chegaria na meia. Precisava me recuperar logo.

FISIO, FISIO, FISIO, FISIONOESPORTE!!!!

Posterior devidamente salvo. Obrigada, Fisio. Amor eterno, amor verdadeiro.

De volta aos treinos e as coisas não iam bem, nem dentro das pistas quanto mais fora dela. Cada treino era um martírio. Foi foda. A corrida pra mim é mais que um esporte físico, é mental. E não saber usar a mente durante a corrida, meu filho.. é complicado!

Semanas passaram, os treinos longos estavam até melhores que os treinos da meia do Rio. O que me segurou para encarar a meia da Asics. Pq não correr essa prova era uma hipótese muito considerada. 

Segui treinando conforme dava. Tenho um pensamento, se eu não sei o que fazer, então nada faço. Mas, é claro que julho ainda não estava 100% satisfeito, não é minha gente?! Na sexta-feira, dois dias antes da prova eu acordei e não conseguia dobrar nem por o joelho no chão. Ele realmente não estava para brincadeira.

FISIO. De novo...

Bom, se essa dor não passasse depois da fisio e, se sábado eu ainda estive com dor, não teria outra alternativa: não correria!

Sábado chegou com uma esperança. A dor tinha ido embora e eu me sentia bem, mas nessa altura do jogo eu já não esperava mais nada. Julho foi quebrando todas as minhas expectativas como tapas na cara.

Domingo, 31, zero dor e disposta a correr. Foi então que eu pensei: QUE SE FODA! Vou correr tudo isso mesmo e, se não gostar, corro duas vezes.

Música no talo. Emicida gritando na minha orelha e eu fui pras cabeças. Sabia que poderia quebrar, mas mesmo assim não liguei. Fui. Se quebrar, quebrou. 

Acho que a função de julho foi essa mesmo. " Minha filha, eu vou te jogar no chão, vc vai achar que não vai dar, que acabou, mas na verdade tudo isso para mostrar que vc é muito mais forte do que pensa." pá! dito e feito.

Habemus RP na melhor meia maratona até o momento. 2h13 contra 2h17 do Rio. 4 gloriosos minutos que eu morro de orgulho.

Obrigada, julho. Tudo valeu a pena.  

Rumo à meia feminina da Asics. W21k, em outubro. 



Até lá!














sábado, 4 de junho de 2016

Enfim, 21km.



Depois de seis meses de preparação, finalmente a Meia Maratona do Rio de Janeiro chegou. 

A estreia foi no dia 29 de maio, um domingo.  E, escolher estrear no Rio foi totalmente proposital. 

Fácil não foi, e, se fosse não teria história para contar. Foram meses de treinamento físico e mental para não surtar na hora da prova (emocionalmente) igual aconteceu na São Silvestre, no ano passado.

O plano era um só: correr bem e completar. Sem sofrimento. E tudo indicava que daria certo. E deu.

Missão dada parceiro, é missão cumprida. 

Tivemos alguns percalços no caminho. Pra quem não sabe, a Meia Maratona e Maratona larga da Praia do Pepe e da Barra da Tijuca, e pra quem não faz a menor noção de Rio de Janeiro, é longe pra caramba! Para nós, paulistas, que andamos muito de carro não é tão longe assim, mas para o carioca da zona sul ou de qualquer outra zona a Barra é outro mundo.

Para chegar lá, a organização coloca vários ônibus no Aterro do Flamengo, local também da chegada, para levar os corredores até a Barra ou Pepe.

Pois bem, lá estava eu e mais dois amigos às 05h da manhã para pegar o tal ônibus. Uma fila imeeensa, mas resistimos. Entramos no ônibus e seguimos para a praia do Pepe. Porém, o motorista se perdeu. ahahahahaha Você leu certo. Ele se perdeu. A largada era às 06h45 chegamos às 07h20. Um verdadeiro caos. 

Mas, é aquela história, a gente precisa ter história para contar, né?! Afinal, que graça teria se tudo tivesse dado certo? hahahahaa 

Ainda tivemos um ser humano chamado Joelson que salvou o motorista e nos colocou no caminho certo! O ônibus foi ao delírio: Joelson! Joelson!! 

Confesso que chegar sem largada oficial me deu um alívio. Não tinha aquela multidão vibrando e eu pude seguir sozinha. Emocionalmente, pra mim, foi melhor.

A cada quilômetro que eu passava eu pensava, "que pena, está acabando". Foi uma linda prova.

Fiz dois treinos longos de 1h40 e que deram ambos 16km. E eu estava com medo. E depois dos 16, será que vou quebrar? Vou aguentar?

No primeiro longo eu pensei que não ia rolar. Foi sofrido, doeu e eu penei para entregá-lo. O segundo foi totalmente diferente, leve, fácil, tranquilo e sem uma única dor. Aleluia, irmãos!

Bom, decidi parar de pirar e deixar acontecer. O décimo sexto quilômetro chegou e do mesmo modo ele passou. Sem stress, sem dor, era como se estivesse em casa. 

A situação apertou no 19, mas não foi fisicamente. A emoção começou mostrar que estava ali. A garganta começou a travar a os olhos a encherem d'água. 

Controlei a fera e pensei: " chora só quando cruzar o pórtico! Aguenta ae!! "

E lá fui eu, minha emoção até o pórtico onde eu desabei.

Abracei a moça da medalha, como se fosse minha mãe e chorei igual criança naquele ombrinho hhaahhaa obrigada, moça.

Terminei inteira e super feliz e com a certeza que as corridas de longas distâncias são o que eu mais gosto de correr.  

Meu tempo oficial foi de 2:17:45.

Enfim, 21km.











segunda-feira, 14 de março de 2016

Uma nova sensação.



Era um treino de uma hora e dez de pura corrida. Sem quilometragem definida ou um ritmo médio para correr. Era simplesmente correr. 

Os famosos treinos longos começaram. 

Confesso que estava com receio de fazer sozinha, cansada também, queria alguém para conversar, me puxar, estava com preguiça, mas não foi o que aconteceu. Depois de uma sexta-feira de muito trabalho, acordei no sábado às 06h da manhã rumo a USP. 

Água? Ok!
Comida? Ok!
Música? Ok!
Relógio? Ok! 

Qual seria o plano para correr uma hora e dez, Stéphanie? Não sei. Desci do carro e fui. A primeira vez que eu olhei o relógio já vi que estava com quarenta e lá vai alguns minutos de corrida e mais de cinco quilômetros rodados. 

É hora de hidratar. Voltei para o carro bebi água e retornei a correr. 

Esse treino foi uma experiência completamente nova. Não consigo lembrar como eu corri, lembro de olhar para minhas pernas e pensar: é uma perna depois a outra. Não lembro de uma música que eu ouvi.

Lembro de uma corrida com uma respiração perfeita, como se eu não estivesse correndo, de não sentir absolutamente nada, nenhuma dor ou desconforto e ter a incrível sensação de poder correr para sempre. Eu estava alerta, sabia onde estava e pra onde deveria ir, mas minha mente atingiu um estágio completamente novo durante o exercício.

Entrei em transe. Um nirvana maravilhoso que eu já mais senti. 
Quando terminei ainda estava em outro mundo. Foi emocionante.

Você pode até achar tudo isso muito louco e me achar um total retardada, mas isso realmente acontece. E eu vou te explicar melhor. Continue lendo.

Chegando em casa mandei uma mensagem para o meu treinador e disse: foi um treino muito diferente. Não morri, terminei cansada, claro, mas foi muito tranquilo. Eu senti que foi um treino mental. 

Depois desse treino fui para casa. Meu namorado me mandou uma mensagem perguntando se tinha dado tudo certo, respondi: Nossa, foi muito louco. Nunca corri assim.

Mais tarde, nos encontramos para almoçar e descobri o que aconteceu comigo mais cedo. Tem nome e sobrenome e os cientistas chamam de: Runners High.

O que? Runners High?! 

Exatamente, Runners High é o nome dado ao momento que você atinge um estado dentro da corrida de extrema tranquilidade, prazer, paz e euforia. Isso acontece nas corridas mais longas, através do nível de endorfina alcançado no cérebro pelo sistema nervoso central. 

Foi nesse momento que tudo fez sentido. 

Que viagem! 

E eu querendo companhia para correr, mal sabia que a melhor companhia estava comigo o tempo todo.






terça-feira, 8 de março de 2016

sobre essa manhã.

Pensamentos de hoje:

Perdi a hora.
Engoli o café da manhã.
Já sai do elevador dando play no Garmin!
Run Forest Run!
Pqp, que sol!
Qual é o melhor caminho?
Qual é o caminho que tem mais sombra?!
Sumaré! Vai e volta e termina no Pq da Água branca, okay?
Okay!
Enjoo.
Encontra o amigo. Pausa o Garmin.
Volta a correr.
Tá acabando. Aguenta,
Tô enjooada.
Segura,vai.
Segue pro Parque, louca.
Tá chegando.
ufa! até que enfim.
48 minutos.
Só faltam 2 minutos.
49 minutos.
1 minuto.
Mano do céu. Não acaba!
De repente, toca o Garmin!
Piii, piii, pii, piiiiiiiiiiii!
Exercício concluído.
Obrigada, Garmin.
FIM.





quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Produtinhos! :)

Momento menina!

Estou há tempos querendo escrever sobre dois produtos que eu comprei e estou gostando muito!








O primeiro é o bastão antiassadura para região do top. Sério, é vida. Não sei se vocês sofrem com isso, mas eu vire e mexe descubro um vergão que o top ou o frequencímetro deixou de presente!Agora não tenho mais isso! Rá! Esse produto mudou tudo por aqui! E ele fica ainda mais legal pq vc pode usar mesmo depois pq ele é cicatrizante tmb!





 O segunda é o leave in Anti Shock! Ele é ótimo, tem protetor solar e não deixa formar aqueles "ninhos" ou nós no rabo de cavalo, sabe? E tem um cheirinho delícia! Protege ainda do cloro, sal e suor, vento e ainda hidrata! é vida ou não é?!

Estou para comprar o protetor solar dessa marca. Elas tem em bastão com base e sem base. Dizem que ótimo e que não escorre. Já gastei uma fortuna com protetores solares de farmácia e todos escorrem! Será minha próxima aquisição! Depois eu conto! Inté!!

A marca tem várias coisas legais!


Link da loja: https://www.pinkcheeks.com.br/loja/


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

XXXIV Volta ao Cristo


O Cristo é grande, nós somos pequenos. Vi que maior ainda a vontade daqueles que querem se superar. Posso dizer que venci o desafio da XXXIV Volta ao Cristo de Poços de Caldas, mas não sem sentir o gosto de sangue na garganta. É preciso coragem, muita vontade, garra e perseverança. Nunca desistir é o lema, acreditar o mote e nunca retroceder é a canção de batalha. "Vim, vi e venci". Mas essa não foi uma batalha vencida por um homem só.

Vi outros vencedores, que vieram com a mesma fome de superação, com a mesma necessidade de enfrentar obstáculos. Acompanhei de perto a jornada do camarada de treino, o forte Amaro, que mesmo com suas habituais dores nas pernas, correu todo o tempo de prova, inclusive no trecho de subida. Ali, irmão, até o primeiro colocado anda... Menos o Amaro! Vi minha amada Stéphanie enfrentar sem medo as encostas íngremes e dobrar sorrindo para a chegada no estádio local, como se estivesse voltando de um passeio. Ao seu lado, outro grande herói, o Betão, líder dos Metal Runners, também esbanjava superação sobre os seus joelhos. Vi meu amigo Nelsi, subindo o morro, dividimos um copo de água e seguimos nossa trajetória! Ao final, ele parecia não se contentar com o tempo de prova, que apesar disso, foi incrível!

Vi o Colucci, parceiro de Fisio, baixar seu tempo em relação ao ano anterior só pra me manter correndo quando meu corpo já não aguentava mais, sequer caminhar... Vi o Sr. Gonçalo, da Força Expedicionária Brasileiro, os "Cobras Fumantes", que todo ano aguarda e cumprimenta todos os desafiantes...

E o que dizer do querido fisioterapeuta Felipe, que carregou a pequena Bia nos árduos 16km de prova?! Não quero ser injusto, mas foram tantos heróis que eu levaria horas para descrevê-los aqui... Vicent, Sávio, Jaime, Dr Luiz, vocês todos, sem exceção, são exemplo e inspiração pra mim, que ainda dou meus primeiros passos na corrida e neste universo repleto de verdadeiros heróis! Fui, vi tudo isso, venci, e já não vejo a hora de voltar em janeiro de 2017! Ao Cristo, um dos maiores exemplos, deixo minha gratidão por ter me permitido vivenciar essa Sua volta.









domingo, 17 de janeiro de 2016

Pico do Jaraguá!!!!


Amor à primeira vista! E que vista! 

Olha ai: 












Apaixonei mesmo. Foi uma deliciosa descoberta em São Paulo. São 5km de subida forte e mais 5km de descida! Coisa de gente grande mesmo. Se você é como eu ( aspira, pangaré, novata, etc.. rsrs) sugiro que vá revezando entre corrida e caminhada. Foi assim que eu fiz hoje e não doeu! ;) 

Ah, não se esqueça de curtir cada pedacinho dessa estrada deliciosa cercada de verde e cheiro de mato ( amo!)

E para os trilheiros tem a trilha do Pai Zé! Bem boa!




Quero todo final de semana! Vicei! :D

Inté!

Ps: fotos do Betão, Sávio e Tony! 



terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Nove

Mil e um, mil e dois, mil e três, mil e quatro, mil e cinco, mil e seis, mil e sete, mil e oito, mil e nove.

Se você acompanhou a leitura da linha acima, devem ter se passado 9 segundos.

9".

Nove segundos me separaram de uma vaga garantida na Maratona de Chicago.

Que venha o sorteio.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

A Passagem.

Toda corrida grande, ou seja, aquela que tem algum significado pessoal relevante, tem um certo momento em que o ar dentro dos pulmões parece dobrar de volume... Por um breve período, como se por algum tipo de mágica, todo oxigênio do ar que é inalado parece não ser absorvido e o peito se transforma num tambor oco, reverberando as batidas do próprio coração.

Na primeira vez que corri a São Silvestre, foi logo após a largada, na entrada do Túnel da Consolação que a mágica aconteceu... A consequência desse efeito: não contive as lágrimas e chorei copiosamente, lutando bravamente para continuar correndo, respirando e vivendo aquele momento único. Jamais me esqueceria desse dia...

Na segunda vez eu estava preparado para o que viria. Apesar de já não ser mais um legítimo novato, quando entrei no mesmo Túnel, senti aquela vibração incrível, como se num transe coletivo, uma espécie de alucinação global. A troca é forte, a experiência, mítica.

O barulho ensurdecedor dá início à viagem metafísica, assim como as turbinas do avião anunciando sua decolagem. Ali debaixo, no meio dos moradores de rua enfiados em suas barracas improvisadas, no coração da Cidade, um portal é aberto por alguns instantes, todo último dia do ano. A claridade do dia é brevemente apagada. Depois, um clarão! Escuridão novamente e enfim, a luz. Uma vez que você cruza esse pequeno portal lisérgico, sua vida nunca mais será a mesma.

Na terceira vez, eu já conhecia o potencial daquele Túnel. Dessa vez, eu já estava preparado. Com as experiencias anteriores, pude desfrutar das sensações que a sua travessia despertam e melhor observá-las. Mas, dessa vez, eu não estava sozinho... Eu também seria um expectador dos efeitos do portal...


E foi assim que, pela terceira vez, cruzei o tal do Túnel, emocionado como antes, mas dessa vez pelo privilégio de presenciar – maravilhado – o (re)nascimento de uma guerreira.

Parabéns pelo belíssimo batismo de fogo! 




segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

À flor da pele.

    Minutos de prova... Lide com isso. 


A corrida nem tinha começado e a primeira imagem que surgiu foi essa. PAH! Um mar de gente correndo e mais um outro mar torcendo. A energia do local era indescritível. Todo mundo vibrava alegria, superação, realização e sonhos muitos deles sendo realizados ali! Naquela prova! Como lidar com isso?! Essa momento mexeu comigo.

Quando eu vi essa galera já senti que não seria uma prova comum. Afinal, era um encerramento de um ciclo. Foi ai que eu senti uma pontada muito forte na barriga. Pensei comigo: se eu não relaxar não completarei essa prova. Calma! eu pensei. Rezei e segui adiante. A dor passou.

Mas pra frente um arrepio intenso dominou meu corpo até o fim da prova, além do arrepio, veio falta de ar, náuseas, tontura, tremores e muita dor nas costas, pescoço e ombros. Estava uma pilha de nervos. Meu corpo não estava dando conta de tanta emoção. E um filme do meu ano se repetia sem parar na minha cabeça. Em alguns momentos não conseguia segurar o choro. Tive que parar, e respirar, mas o ar parava na garganta. Não descia para os pulmões. Mais uma vez tive rezar e dominar a situação.

Não tinha como correr.  Estava dura. Me sentia dura. Sentia meu ombro travando em cada fibra muscular. Andar, então se tornou uma realidade. Algo que eu jamais tinha feito em uma prova. Andei e andei bem. Não tinha outro jeito.

Chorei muito e ainda choro de lembrar da São Silvestre. Foi uma verdadeira catarse. Um ritual transformador.






Entre uma caminhada e uma corrida olhava para meu lado e via o quanto privilegiada eu era. O homem da minha vida estava ao meu lado e vira mexe ele pegava na minha mão e corríamos de mãos dadas. Como se fosse uma troca de energia para chegarmos até o fim. Como um guia ele ia me conduzindo. 

Ao terminar a Brigadeiro sabíamos que era coisa de um quilômetro para chegada. Ele falou: agora é hora do nosso sprint final, amor. Vamos! 

E mais uma vez ele pegou na minha mão e terminamos a prova mais especial da minha vida.










Dura igual uma pedra!!! Relaxa, menina!!! 


Vídeo da chegada!!