segunda-feira, 14 de março de 2016

Uma nova sensação.



Era um treino de uma hora e dez de pura corrida. Sem quilometragem definida ou um ritmo médio para correr. Era simplesmente correr. 

Os famosos treinos longos começaram. 

Confesso que estava com receio de fazer sozinha, cansada também, queria alguém para conversar, me puxar, estava com preguiça, mas não foi o que aconteceu. Depois de uma sexta-feira de muito trabalho, acordei no sábado às 06h da manhã rumo a USP. 

Água? Ok!
Comida? Ok!
Música? Ok!
Relógio? Ok! 

Qual seria o plano para correr uma hora e dez, Stéphanie? Não sei. Desci do carro e fui. A primeira vez que eu olhei o relógio já vi que estava com quarenta e lá vai alguns minutos de corrida e mais de cinco quilômetros rodados. 

É hora de hidratar. Voltei para o carro bebi água e retornei a correr. 

Esse treino foi uma experiência completamente nova. Não consigo lembrar como eu corri, lembro de olhar para minhas pernas e pensar: é uma perna depois a outra. Não lembro de uma música que eu ouvi.

Lembro de uma corrida com uma respiração perfeita, como se eu não estivesse correndo, de não sentir absolutamente nada, nenhuma dor ou desconforto e ter a incrível sensação de poder correr para sempre. Eu estava alerta, sabia onde estava e pra onde deveria ir, mas minha mente atingiu um estágio completamente novo durante o exercício.

Entrei em transe. Um nirvana maravilhoso que eu já mais senti. 
Quando terminei ainda estava em outro mundo. Foi emocionante.

Você pode até achar tudo isso muito louco e me achar um total retardada, mas isso realmente acontece. E eu vou te explicar melhor. Continue lendo.

Chegando em casa mandei uma mensagem para o meu treinador e disse: foi um treino muito diferente. Não morri, terminei cansada, claro, mas foi muito tranquilo. Eu senti que foi um treino mental. 

Depois desse treino fui para casa. Meu namorado me mandou uma mensagem perguntando se tinha dado tudo certo, respondi: Nossa, foi muito louco. Nunca corri assim.

Mais tarde, nos encontramos para almoçar e descobri o que aconteceu comigo mais cedo. Tem nome e sobrenome e os cientistas chamam de: Runners High.

O que? Runners High?! 

Exatamente, Runners High é o nome dado ao momento que você atinge um estado dentro da corrida de extrema tranquilidade, prazer, paz e euforia. Isso acontece nas corridas mais longas, através do nível de endorfina alcançado no cérebro pelo sistema nervoso central. 

Foi nesse momento que tudo fez sentido. 

Que viagem! 

E eu querendo companhia para correr, mal sabia que a melhor companhia estava comigo o tempo todo.






terça-feira, 8 de março de 2016

sobre essa manhã.

Pensamentos de hoje:

Perdi a hora.
Engoli o café da manhã.
Já sai do elevador dando play no Garmin!
Run Forest Run!
Pqp, que sol!
Qual é o melhor caminho?
Qual é o caminho que tem mais sombra?!
Sumaré! Vai e volta e termina no Pq da Água branca, okay?
Okay!
Enjoo.
Encontra o amigo. Pausa o Garmin.
Volta a correr.
Tá acabando. Aguenta,
Tô enjooada.
Segura,vai.
Segue pro Parque, louca.
Tá chegando.
ufa! até que enfim.
48 minutos.
Só faltam 2 minutos.
49 minutos.
1 minuto.
Mano do céu. Não acaba!
De repente, toca o Garmin!
Piii, piii, pii, piiiiiiiiiiii!
Exercício concluído.
Obrigada, Garmin.
FIM.